segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Vidas entre livros

“Sempre imaginei que o paraíso será uma espécie de biblioteca.”

Este texto é uma rápida visita à memória das personalidades que dedicaram a vida para os livros e suas obras a respeito das mesmas. Diversos livros, ensaios, crônicas e afins tratam sobre a paixão de alguns homens - que atuaram como  bibliotecários, bibliófilos, escritores e professores - se dedicaram aos livros e a leitura.

José Mindlin, nascido em 8 de Setembro de 1914, que ao completar 95 anos era dono de um acervo com cerca de 40 mil volumes, considerado a maior e mais influente biblioteca pessoal do país. Seu acervo compreendia obras de literatura brasileira e portuguesa, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários, periódicos, livros científicos e didáticos, iconografia e livros de artistas. Um ano antes de sua morte, em 2009, escreve seu No mundo dos livros,no intuito de, como nas palavras do autor em um livro anterior,  “através desta história, poderia talvez estimular em outros o amor ao livro, e, principalmente, o amor à leitura.”
Mindlin, nesta obra, discorre sobre a importância da leitura e fala sobre as obras que marcaram sua vida.

Rubens Borba de Moraes, bibliotecário, bibliófilo, entre diversos feitos na direção da Biblioteca Nacional e a Biblioteca Municipal de São Paulo e uma extensa bibliográfia sobre a literatura e história nacional. Pública  em 1965 a sua “prosa de um velho colecionador para ser lida por quem gosta de livros, mas pode também servir de pequeno guia aos que desejam formar uma coleção de obras raras, antigas ou modernas”, subtitulo que figura o “O bibliófilo aprendiz”. Uma prosa para a iniciação à bibliofilia. Tratando das experiências em busca dos livros raros, livros raros no Brasil e sobre o Brasil (sua maior dedicação em vida) até encadernações e Imprensa.

Plínio Doyle, bibliófilo conhecido por ser o anfitrião do Sabadoyle, encontro semanal entre escritores, poetas e intelectuais no Rio de Janeiro. Iniciado com Carlos Drummond de Andrade, reuniu durante mais de trinta anos diversas personalidades. Em 1999 pública seu único livro, Uma vida, autobiografia que narra além da afeição pelos livros, sua amizade Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava.       

      Gostaria de finalizar essa breve prosa com as palavras de despedida de Rubens em seu livro, pois “prosa sobre livros não tem fim.” Ainda recomenda que se cuidar da vida é apenas ganhar dinheiro é melhor que pare. “Ganhar muito dinheiro pode dar enfarte. Sempre haverá o bastante para comprar-se um livrinho ambicionado”
E “não vive verdadeiramente quem não gosta de dar uma prosa com um amigo ou ler um livro com vagar.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário