A Editora PUC-Rio, em parceria com a Editora Contraponto, lança o livro Que é informação?,
de Robert K. Logan. O autor busca o conceito
de informação com o próposito de provocar uma reflexão
sobre o termo “informação” em diversos campos como a biologia, física e
comunicação.
Um dos desafios do livro foi cruzar as fronteiras da
disciplina e tentar criar um diálogo entre as ciências humanas e
sociais, por um lado, e as ciências naturais, por outro, utilizando a
informação como uma ponte, conectando-as.
Que é informação? descreve a natureza da informação, sua
relação com os elementos da cultura simbólica humana e investiga o
papel desempenhado pela cultura nesses organismos vivos. Detalha ainda o
modo em que a informação permeia a ciência, o suporte do livro e as
artes.
O livro mostra a função da informação nas quatro esferas de
influência na vida humana: a de organismos vivos; a que consiste a linguagem, a mente humana e todos os
produtos da mente incluindo a cultura; a da tecnologia; e a da economia e do governo.
Alcova do bibliotecário
Espaço dedicado a introdução da biblioteconomia. Acompanhado de reflexões sobre leitura, livros e sociedade.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
O bibliotecário como mediador de leitura
O
mediador de leitura, o elo entre o leitor e o texto, deve ater-se
como
em um
intermediar, um existir entre, onde permite que a interpretação
flua, pois o leitor deve desbravar as veredas do texto até o
horizonte de significações possíveis. Não como um condutor, pois
ele não leva o leitor ao significado, dito de outra forma, não há
significado estático, único e exclusivo (ADOLFO, 2007, p.29).
O
resultado da procura é a compreensão integral do objeto estético.
Bordini e Aguiar (1993, p.87) argumentam que, para isso, quanto mais
o texto se torna distante do que é esperado, pelo hábito, altera os
limites desse horizonte ampliando-o e “isso ocorre porque novas
possibilidades de viver e de se expressar foram aceitas e
acrescentadas às possibilidades de experiência do sujeito.”
Pois,
“ler
é descobrir e redescobrir o mundo re-criado pelo artista” (ADOLFO,
2007, p.29), logo, o leitor já deve ter um estoque simbólico para
construir uma representação do mundo do escritor. Ficando assim
estipulado, então, no processo de leitura do texto, lê-se também o
autor e o seu tempo com seus conflitos internos, seus embates,
dúvidas e convicções (ADOLFO, 2007, p.26).
Assim
como
para
Bordini e Aguiar (1993, p.10), esse acesso aos mais variados textos,
permite a “ampliação do conhecimento que daí decorre permite-lhe
compreender melhor o presente e seu papel como sujeito histórico”,
tendo como resultado uma “tessitura de um universo de informações
sobre a humanidade e o mundo que gera vínculos entre o leitor e os
outros homens”.
Cabe
ao mediador fazer com que o leitor veja o mundo lapidado pelo autor,
e fazer com que tal mundo, emerja até a percepção do leitor sobre
seu próprio mundo com pistas acerca do contexto da obra, que
preencham as lacunas do conhecimento prévio do leitor, nas palavras
de Silveira (2014, p.7), “o mediador de leitura não ministra
competências de leitura, ele reforça-as.”
Miller
(1995, p.86) esboça três preceitos para uma ética da leitura, das
quais duas primeiras são sobre a obra e o profissional e terceira
sobre tradução e a possibilidade de ler os originais, após
fomentar a dúvida na traduções sugere: “se temos a esperança de
descobrir de que se trata devemos nós mesmos ler o livro, no
original” (MILLER, 1995, p.88). Discussão importante atestado pelo
provérbio italiano traduttore
tradittore (algo
como, o tradutor é um traidor), mas vai além do que aqui é
proposto, ainda
mais, levando em consideração que o Brasil não tem na sua cultura
a característica de ser um país bilíngue e, um curso de idiomas
particular ainda ser algo, além da realidade econômica de muitos.
A
primeira, a ética para obra literária, resulta no momento da
escolha da obra, o autor sugere uma fidelidade com a significação
da obra, um respeito “à exigência das palavras na página” e
não atribuí-la o qualquer significado que se queira. A segunda
centrada na filologia e pelo estudos da linguagem, o autor salienta a
necessidade de haver um “amor pela linguagem”, etimologia grega
para filologia, atendo-se a um “cuidado com a linguagem e com o que
a linguagem pode fazer.” Com isso, o ensino da “boa leitura”
implica na “boa escrita”, configurando assim, na “base no que
seja linguagem e no que ela pode fazer” e o que é capaz de ser
feito ou não com ela, que permitirá a reflexão da literatura “na
moralidade social e individual, na história e na execução da
política pública” (MILLER, 1995, p.87).
O
profissional da informação, como mediador, não deve “apenas
fazer circular textos de leitura, pelo contrário, o bibliotecário
deve ser cúmplice efetivo e afetivo do leitor, se dispondo a
discutir e trocar idéias a respeito do que lê” (ALMEIDA JÚNIOR;
BORTOLIN, 2008, p.72). Não de forma autoritária, como afirma Yalom
(2009, p.191), ao conceituar a terapia “como um processo de
crescimento e esclarecimento pessoais, considerando que o recurso à
autoridade é contraproducente”, com base na transparência
afetiva, na relação entre ambos, criando um vínculo sincero.
“Portanto, os mediadores interessados em uma mediação eficiente,
devem ser empáticos; para que posicionados no lugar do outro
(leitor), possam percebê-lo com maior nitidez” (ALMEIDA JÚNIOR;
BORTOLIN, 2008, p.72).
Referências
ADOLFO,
Sérgio Paulo. Literatura e visão de mundo. In: REZENDE, Lucinea
Aparecida (Org.). Leitura
e visão de mundo:
peças de um quebra-cabeça. Londrina: Eduel, 2007. p. 23-36
ALMEIDA
JÚNIOR, Oswaldo Francisco de; BORTOLIN, Sueli. Mediação da
informação e da leitura. In: SILVA, Terezinha Elisabeth da (Org.).
Interdisciplinaridade
e Transversalidade em Ciência da Informação.
Recife: Néctar, 2008. p. 67-85.
BORDINI,
Maria da Glória; AGUIAR,
Vera Teixeira. Literatura:
a formação do leitor
(alternativas metodológicas). 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1993.
MILLER,
Joseph Hillis. A
ética da leitura:
ensaios 1979-1989. Rio de Janeiro: Imago, 1995.
TCC
da Depressão
É o trabalho desenvolvido com o objetivo de
efetuar uma avaliação final dos graduandos, que contemple a diversidade dos
aspectos de sua formação universitária. Normalmente o TCC envolve pesquisa
experimental em cursos de caráter profissional, pesquisa bibliográfica e/ou
empírica, além da execução em si e apresentação do projeto perante banca
examinadora.
Este é o critério final de avaliação do aluno: em caso de reprovação, o aluno estará impedido de obter o diploma e conseqüentemente exercer a respectiva profissão até que seja aprovado. Embora a expressão "trabalho de conclusão de curso" possa ser utilizada em meios que não os da graduação universitária, no Brasil ela está invariavelmente ligada ao ensino superior.
O formato do TCC (assim como sua própria nomenclatura) variam entre os diversos cursos e entre diferentes Instituições, mas na estrutura curricular brasileira ele possui papel de destaque: em cursos ligados às ciências, normalmente é um trabalho que envolve pesquisa experimental, em cursos de caráter profissional, normalmente envolve: pesquisa bibliográfica e/ou empírica, a execução em si e muitas vezes apresentação à Banca Examinadora.
Este é o critério final de avaliação do aluno: em caso de reprovação, o aluno estará impedido de obter o diploma e conseqüentemente exercer a respectiva profissão até que seja aprovado. Embora a expressão "trabalho de conclusão de curso" possa ser utilizada em meios que não os da graduação universitária, no Brasil ela está invariavelmente ligada ao ensino superior.
O formato do TCC (assim como sua própria nomenclatura) variam entre os diversos cursos e entre diferentes Instituições, mas na estrutura curricular brasileira ele possui papel de destaque: em cursos ligados às ciências, normalmente é um trabalho que envolve pesquisa experimental, em cursos de caráter profissional, normalmente envolve: pesquisa bibliográfica e/ou empírica, a execução em si e muitas vezes apresentação à Banca Examinadora.
Referências:
A
Web Semântica e suas contribuições para a Ciência da Informação
Em meados dos anos
90, com a criação da WorldWide Web, ou Web, uma interface mais amigável ao
usuário, começa a surgir uma imensa quantidade de informações disponíveis
online. Com esse estopim de informação, surge a necessidade de se criar um
sistema mais “inteligente” para lidar com esse conteúdo, tornando também mais
eficaz a recuperação desta informação. A partir dessa necessidade, surge então
a Web Semântica, um projeto que pretende criar padrões de linguagens,
permitindo que sistemas de informação e outros dispositivos possam compartilhar
dados entre si de uma maneira mais expressiva. Para atingir este objetivo, foi
preciso desenvolver algumas linguagens que melhor representasse o conteúdo de
um documento, que são o XML (ExtensibleMarkupLanguage), o Dublin Core e o RDF
(ResourceDescription Framework). O XML
se concentra na descrição dos dados de um documento, sendo uma linguagem aberta
a adaptações de desenvolvedores independentes. Já o padrão Dublin Core é um
projeto para criação de um vocabulário controlado para uso na web, partindo da
idéia de que a busca pelos recursos de informação deve ser independente do meio
em que ela estará armazenada. Quanto ao RDF, este parte para a descrição dos
dados por meio de um esquema de triplas (onde cada recurso está associado a uma
dupla de propriedade e valor), permitindo a descrição de qualquer recurso da
Internet. O RDF ainda está em estudo para que sejam feitas descrições de forma
mais inteligente e menos repetitiva. No contexto da Ciência da Informação,
estes padrões de linguagens utilizados pela Web Semântica que melhor
representam o conteúdo dos documentos representam uma nova etapa chamada
“Interoperabilidade”. Ou seja, diferentes sistemas de informação podem se
comunicar, facilitando o compartilhamento e a recuperação da informação, uma
vez que, através da semântica, buscadores poderão ser fundamentados na “forma
de pensar” dos seres humanos.
Em suma, a Web Semântica é um avanço no
desenvolvimento da internet, que vem auxiliar os sistemas de informação
utilizados por profissionais da área da Ciência da Informação, principalmente
pela organização do conteúdo disponível na rede.
Referências:
Introdução ao Dublin Core
Com a
crescente demanda de documentos compartilhados em formato eletrônico, tornou-se
indispensável o desenvolvimento de padrões que descrevam os recursos de
informação. Neste aspecto, surge o Dublin Core MetadateInitiative (DCMI), cujo
objetivo é propor um padrão de descrição de recursos de informação.
O Dublin
Core nasce em Chicago, na 2ª Conferência em World Wide Web (WWW), no mês de
outubro de 1994, onde Yuri Rubinsky, Stuart Weibel e Eric Miller, ambos da
“Online Computer Library Center” (OCLC), juntamente com Joe Hardin, da
“National Center for SupercomputingApplications” (NCSA), provocaram uma
discussão sobre semântica e web. Este questionamento fez com que a NCSA e a
OCLC organizassem um evento chamado “OCLC/NCSA Metadata Workshop”, em 1995, com
o propósito de discutirem como um recurso semântico para recursos baseados na
web, poderia ser útil para pesquisa e recuperação de recursos na internet.
(DESAI, 1997).
O DCMI,
criado no 1º workshop, tem a função de criar mecanismos que facilitem a
recuperação de recursos na internet utilizando-se de padrões de metadados.
Criado neste contexto, o Dublin Core (DC) é um conjunto de quinze elementos,
que tem o objetivo de descrever um recurso eletrônico. O padrão DC se caracteriza
por:
- Simplicidade: o padrão DC pode ser facilmente gerado pelo criador do documento, sem extensos treinamentos.
- Interoperabilidade Semântica: aumenta-se a possibilidade de interoperabilidade entre áreas, através da existência de um modelo em comum.
- Consenso Internacional: o DCMI conta com a participação de mais de 20 países em colaboração.
- Extensibilidade: permite que novos elementos possam ser acrescentados, sempre pensando em atender a necessidade de descrição de um determinado recurso.
- Flexibilidade: possui elementos opcionais, podem ser repetidos e modificados se necessário.
Referências:
DESAI, B. C.
Supporting discovery in virtual libraries. Journalofthe
American Society for
Information Science, v. 48, n. 3, p. 190-204, 1997
SOUZA, Marcia Isabel Fugisawa; VENDRUSCULO, Laurimar
Gonçalves; MELO,Geane Cristina. Metadados para a descrição de recursos de
informação eletrônica: utilização do padrão Dublin Core. Ciência da Informação,
v. 29, n. 1, 2000.
Catalogação?
O
motivo de existirem as bibliotecas está na necessidade de atendimento da
necessidade informacional do usuário, em relação á registros do conhecimento. O
usuário deseja e procura ter acesso a algum conhecimento, específico ou não,
sem distinguir o suporte onde está a informação, sendo papel do bibliotecário
fazer esta mediação entre o usuário e a informação. É ai que entra a
Catalogação, pois, como se tornaria possível a localização de um conteúdo
específico em um universo de informações reunidas? (MEY, 1995).
Com
o auxílio da catalogação, este processo de localização da informação torna-se
facilitado, pois, sua principal função é a de representar o item, destacando
suas características, assim, tornando-o acessível e passível de recuperação.
Podemos definir catalogação da seguinte maneira:
“... catalogação como o
estudo, a preparação e a organização de mensagens, com base em registros do
conhecimento, reais ou ciberespaciais, existentes ou passíveis de inclusão em
um ou vários acervos, visando a criar conteúdos comunicativos que permitam a
interseção entre as mensagens contidas nestes registros do conhecimento e as
mensagens internas dos usuários.” (Mey; Silveira, 2010).
Com
o avanço das tecnologias de mídia e comunicação, novos suportes de informação
estão se tornando indispensáveis para a disseminação da informação e do
conhecimento, como é o caso dos materiais audiovisuais, onde a catalogação,
segundo Machado, Helde e Couto (2007) vem ganhando espaço como uma importante
ferramenta para o compartilhamento de recursos informacionais, que hoje é
possível com a utilização, por exemplo, do protocolo Z39.50.
Referências:
MEY, Eliane Serrão Alves. Introdução à catalogação. 1995.
MEY, Eliane Serrão Alves;
SILVEIRA, Naira Christofoletti. Considerações teóricas aligeiradas sobre a
catalogação e sua aplicação. InCID:
revista de Ciência da Informação e Documentação, v. 1, n. 1, 2010.
MACHADO, Elisa Campos; VON
HELDE, Rosangela; COUTO, Sabrina. Ensino de catalogação: da teoria à prática. Revista Brasileira de
Biblioteconomia e Documentação, Nova Série, São Paulo, v. 3, n. 2, p.
100-106, 2007.
O Documento Audiovisual no contexto da Biblioteconomia
O
documento audiovisual localizado em acervos de bibliotecas necessita de uma
atenção especial. Como é rotineiro, os usuários vão à biblioteca em busca de
informações “escritas”, deixando de lado os materiais audiovisuais, que, em
muitas das vezes, poderiam auxiliá-lo em sua pesquisa. Justamente pela falta de
utilização destes materiais, muitas vezes os mesmos são armazenados
inadequadamente, e, sem tratamento técnico algum, o que posteriormente
dificultará sua localização, são remanejados para o depósito da instituição.
Mas, será este realmente o problema, a falta de procura por parte do usuário em
relação ao material em questão?
Segundo
Smit (1993), os documentos audiovisuais não recebem o tratamento adequado por
parte do profissional que atua na área, muitas vezes, por falta de conhecimento
dos respectivos processos técnicos que devem ser aplicados a esses materiais.
Assim, acabam se tornando um problema tanto para o profissional, quanto para o
usuário ou público que se utiliza dos serviços da biblioteca.
Para
a Ciência da Informação (CI), o material audiovisual é essencial no processo de
construção do conhecimento. É usado como suporte de comunicação, disseminação e
produção da informação, sendo este, um meio que pode ser armazenado,
disseminado e recuperado por sistemas digitais. De acordo com Le Codiac (2004,
p.4), o conceito de informação pode ser entendido como um conhecimento inscrito
(registrado) em forma escrita (impressa ou digital), oral ou audiovisual em
qualquer suporte. O documento audiovisual se utiliza de um tipo de informação
em suas mensagens: a estética. A estética segue uma teoria da sociologia que
busca conhecer o receptor, ou o criador, de acordo com a cultura de cada um,
mostrando os valores que são transmitidos na mensagem, que são definidos como
intraduzíveis (MOLES 1978). Diante deste contexto, a CI pode apoiar estudos
sobre a informação estética, já que, segundo Silva (2006, p.38) “a Ciência da
Informação compreende o dar forma às idéias e emoções (informar); bem como, a
troca efetiva dessas idéias e emoções entre seres humanos (comunicar)”.
SMIT,
Johanna W. O documento audiovisual ou a proximidade entre as 3 Marias. Revista
Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 26, n. 1/2, p.
81-85, 1993.
LE COADIC, Yves-François. A
ciência da informação. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2004.
MOLES, Abraham. Teoria da
informação e percepção estética. Brasília, DF: Editora da Universidade de
Brasília, 1978.
SILVA, Armando Malheiro. A
Informação: da compreensão do fenómeno e construção do objecto científico.
Lisboa: Afrontamento, 2006
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